sábado, 23 de outubro de 2010

História dos Cereais

Voltemos exatamente aos cereais. Eles estão presentes nas mais diferentes escolas de nutrição, dos essênios aos macrobióticos, na construção de um cardápio equilibrado. Em sua “Origem das Plantas Cultivadas”, A.L. Guyoto dá interessantes informações sobre a origem dos diversos cereais. Sinais de bolos de painço e de outros grãos silvestres foram encontrados desde a era paleolítica. 

Pesquisas em cidades suíças detectaram traços de trigo, cevada, aveia e painço. A cultura de trigo e centeio a partir da enxada, teria começado no início do neolítico. Naquela época se utilizavam nigela e joio, ainda desconhecidos em nosso meio. Do mesolítico, forma removidas camadas fossilíferas contendo trigo e cevada. No quarto milênio, cultivava-se trigo na Mesopotâmia onde a cevada era nativa. 

No baixo Egito, sexto milênio, semeava-se trigo, cevada, trigo candeal, trigo espelta e cevada. O painço era conhecido desde os tempos de Heródoto. Dois mil e quinhentos anos antes de Cristo, o trigo, o arroz e a cevada eram colhidos na Índia, particularmente no Hindostão. Os arianos cultivavam o trigo e a cevada. Na China, 2700 anos antes de Cristo, as semeaduras de trigo, arroz, painço e sorgo eram motivo de importantes cerimônias. Há 2500 AC. 

Os egípcios já conheciam a panificação. Em Tebas, nas pinturas do túmulo de Ramsés III aparece a fabricação de pão de trigo candeal. Na Síria, 1700 AC, o pão de trigo e de cevada constituía a base da alimentação. Tudo isso relaciona-se ao escrito bíblico: “E Deus diz: Eis, Eu vos dou toda a erva que produz semente sobre a superfície inteira da terra...” Entretanto, não temos dado a devida importância aos cereais, nutritivos e baratos. Eles são desnaturados criminosamente pela indústria de alimentos. No capítulo sobre alimentos enriquecidos aprofundo a questão dos farelos e o tratamento dado aos cereais pelos chamados beneficiadores.


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